SEJAM BEM VINDOS!!!!

Este espaço foi criado para ser o nosso cantinho de informação, interação e colaboração. Aqui, iremos postar os conteúdos das aulas, as atividades, vídeos, textos e muito mais...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Fundação Victor Civita premia projeto de Ambiente Virtual de Aprendizagem

Karla Veloso: educadora nota 10


Karla Veloso recebendo o
Prêmio Educador Nota 10
Professora do interior de Minas Gerais descobre os benefícios do Ambiente Virtual na Educação e ganha prêmio.

“Ser uma educadora para mim é um dom. Você tem que fazer com muito amor, carinho e persistência. Não é fácil trilhar o caminho da Educação no nosso país.” Karla Veloso tem 29 anos e dá aulas de Geografia para alunos do 8º e do 9º ano do Ensino Fundamental no Centro Educacional NDE UFLA, em Lavras (MG), a 240 quilômetros de Belo Horizonte. Ela foi eleita “Educador do Ano” na edição 2009 do Prêmio Educador Nota 10, concedido pela Fundação Victor Civita aos profissionais que se destacaram este ano com projetos educacionais. Do tradicional copia e cola dos alunos, Karla saltou para um ambiente virtual de aprendizagem. O resultado? Alunos motivados, tempo de estudo estendido e pais engajados.

A cidade de Lavras está mais inspirada do que nunca. O reconhecimento com o prêmio tem motivado outros professores, alunos e escolas a vencerem as barreiras do medo da tecnologia. “A ideia de que a internet tomaria o lugar do professor não faz sentido. Somos os mediadores do conhecimento. A Educação está passando por um processo de transformação. A tecnologia é uma grande aliada, e com o prêmio eu posso divulgar os seus benefícios”, explica Karla Veloso.

Tudo começou em março. A professora, cansada de perceber a tradicional cópia da internet nos trabalhos de pesquisa dos alunos, resolveu fazer algo diferente. “Eu percebi a necessidade de um instrumento de trabalho que auxiliasse no processo de ensino-aprendizagem.” O Centro Educacional NDE faz parte da Universidade Federal de Lavras. E no Departamento de Ciências da Computação uma aluna da Graduação resolveu fazer um estudo de caso com o Ambiente Virtual de Aprendizagem da Universidade na escola. Depois das mudanças de adequação ao público infantil e os devidos treinamentos, Karla Veloso começou a publicar os conteúdos das aulas naquele ambiente de interação.

Os alunos adoraram. Eles fazem os deveres de casa nessa plataforma, enviam as dúvidas para a professora por e-mail, comentam os tópicos dos outros alunos, conversam via chat e movimentam o fórum de discussão. “Eles ficaram mais motivados, claro. Essa geração cresce na frente do computador. Eles não fazem pesquisa em bibliotecas ou usam enciclopédias. Tudo é feito na internet. Por isso, precisam de alguém para mediar essa busca. Eles têm informação, mas não têm o conhecimento.”

A novidade, a princípio, não agradou aos pais, mas assim que perceberam os benefícios da proposta de estudo da professora, logo voltaram atrás. “Os alunos chegavam dizendo que o computador deles estava de castigo. Os pais tiveram que mudar, e quando perceberam que a internet não estava sendo usada apenas para bate-papo, mas também para aprender, eles mudaram. Sem falar que assim eles podem ter acesso ao que os filhos estão estudando. A ferramenta de trabalho permite, claro.”

O uso de novas tecnologias em sala de aula aproxima professores e alunos. Principalmente os mais tímidos. “Aqueles que são mais quietos, que não têm o dom da palavra, que não conseguem se colocar em sala de aula, no ambiente virtual se descobrem. Interagem, participam, comentam o ‘post’ dos outros alunos”, destaca a professora.

Durante a avaliação do projeto de Karla Veloso, a equipe do Prêmio Educador Nota 10 percebeu um dado interessante. Os horários de acesso dos alunos mostraram que o estudo nas ferramentas colaborativas estende o tempo de estudo. “Rompemos a barreira dos 50 minutos de aula. Nos relatórios de acesso, vimos alunos acessando o ambiente virtual no sábado às 22h59 e outros no domingo às 8h40 da manhã. Você não imagina que um aluno vá pegar um caderno nesses horários para estudar, mas como ele já está no ambiente em que domina, acaba dando uma olhada no conteúdo da escola.”

Há oito anos ensinando os jovens de Lavras, Karla Veloso está em busca de inovações que contribuam com a tarefa de educar. Agora, ela vai divulgar o projeto e explicar para pais, alunos e professores como a tecnologia e o Ensino a Distância estão jogando a favor da Educação.

Retirado na íntegra do Conexão professor

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Orkut perde espaço para o Facebook e Twitter

Caros cursistas, assistam ao vídeo abaixo e fiquem por dentro das novas Redes Sociais que estão fazendo o maior sucesso e são a nova onda na WEB.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Entrevista com o Profº Moran

Olá Cursistas

No Blog Caldeirão de Idéias, encontrei uma entrevista com o Profº José Manuel Moran intitulada Aprendizagem significativa. Lá vocês terão muitos subsídios para a nossa discussão no fórum.

Abraços
Marta

Fonte: http://nteitaperuna.blogspot.com/2008/08/aprendizagem-significativa.html

4º Encontro - Debate na Rede e Elaboração e Edição de Texto

Caros cursistas, o conteúdo desta semana será dedicada às ferramentas de comunicação e inteiração como bate-papo/chat, fórum e lista de discussão, além de procedimentos de segurança e etiqueta na rede. Também, vamos trabalhar com recursos básicos de formatação, elaboração de tabelas e inserção de imagens, utilizando o Br.Office. É mais um desafio! Anime-se!!!!



View more presentations or Upload your own.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dicas de comandos para filtrar o resultado da busca

Realizar uma busca na Internet é uma ação que exige paciência e concentração para não se perder pelos milhares de endereços e seus hiperlinks, que oferecem variadas opções de percursos. Trata-se de uma atividade própria do atual contexto digital da sociedade.

Para buscar informação na Internet, é preciso ser o mais específico possível. Por exemplo, se quer saber sobre folclore da região norte do Brasil, não digite apenas “folclore” no campo de busca. Assim aparecerão milhões de links no resultado, a maioria sem nenhuma relação com o que você procura. Especifique: “folclore amazônico”, “folclore argentino”, entre muitos outros.

Comandos para filtrar o resultado da busca

- Se desejar encontrar a definição de alguma palavra, objeto etc., digite “define: (palavra)”.

- Usar aspas no inicio e no fim (" "), limita a pesquisa na frase digitada. - O asterisco (*) amplia o resultado de uma pesquisa. Exemplo: se digitar Brasil*, aparecerá o resultado da pesquisa para brasileiro, brasileira etc. - Sinal de subtração (-) elimina a palavra ou a frase, para encurtar o resultado de uma busca. Exemplo: Cordilheira-dos Andes. O sinal traz as páginas que contenham qualquer cordilheira, menos a dos Andes. - O sinal de adição (+) amplia a busca e traz páginas que contenham as duas expressões Ex. “folclore brasileiro + região”. - O conectivo "e" (para buscas em site de língua portuguesa), ou "and" (para sites de busca em língua inglesa), deve ser colocado entre duas palavras, assim, a pesquisa traz páginas que contenham as duas expressões. Exemplo: Brasil e Angola. O resultado da pesquisa vai trazer páginas que contenham informação sobre os dois países. - "Ou" (busca em site de língua portuguesa), ou "or" (busca em língua inglesa), deve ser colocado entre duas palavras, para trazer páginas que contenham uma das duas palavras. Exemplo: Brasil ou Angola. O resultado da pesquisa vai mostrar informação sobre um dos dois países.


Alguns sites já fizeram uma seleção prévia de conteúdos interessantes sobre temas variados. Um deles é o EducaRede, na seção Educalinks (http://www.educarede.org.br/educa/html/index_educalinks.cfm), que indica sites para pesquisa por categoria (meio ambiente, pluralidade cultural, jogos educativos, arte e cultura, entre outros).

Outros portais com serviço semelhante:

http://www.webmundi.com/links/busca.asp

http://www.ecoar.org.br/novo/links.asp

http://www.uniesp.edu.br/sp/biblioteca-links.php


Fonte: Caderno de Orientações Didáticas – Ler e Escrever – Tecnologias na Educação

http://www.educarede.org.br


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Navegação, Pesquisa na Rede e Correio Eletrônico - Temas do nosso 3º encontro

Caros cursistas
Esta semana os assuntos estarão realacionados à Internet, seus recursos, os pontos positivos da rede mundial de informações e seus pontos negativos. É importante que além de uma reflexão quanto ao uso diário e pessoal da Rede, façamos uma reflexão do uso desse recurso na escola e da responsabilidade dos educadores frente a esta realidade.
Acompanhe as apresentações dos slides abaixo, leia os textos propostos e desenvolva as atividades.
A todos, ótimo estudo! Marta

Vídeo: Medieval Help-Desk

O vídeo apresenta de forma divertida, o quanto o ser humano é resistente e sente dificuldade diante de um objeto ou uma situação nova. Trazendo isso para a nossa realidade percebemos essa situação ao recordamos os primeiros contatos que “temos” e “tivemos” com as novas tecnologias ao chegarem ao nosso meio. Nossas resistências ao novo, talvez seja o elemento mais pertinente nesta relação. O medo de ligar, de mexer, de quebrar, enfim, nossas inseguranças e fobias. Um vídeo bem legal, confiram.  Marta



sábado, 17 de outubro de 2009

Fique por dentro - Revista traz novidades sobre software livre associado a educação

Revista Espírito Livre nº 07

15 October 2009 60 views Sem Comentários

Revista_EspiritoLivre_007_capa
Neste mês do professor a revista espírito livre traz como tema de capa Software Livre na Educação, apresentando em sua maioria matérias de cunho educacional, ora tratadas pelos nossos colunistas já consagrados, ora por convidados.
Você verá questões como: Será que é possível utilizar o software livre aliado à educação? Quais softwares usar? Como são as experiências de quem já os utiliza?
Acesse: http://www.revista.espiritolivre.org/?p=364
Vale a pena conferir.
Abraços. Marta

Fonte: http://rafaelnink.com

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Humor.

Lição de aluno.
No Curso de Medicina, o professor se dirige ao aluno e pergunta:
- Quantos rins nós temos?
- Quatro! Responde o aluno.
- Quatro? Replica o professor, arrogante, daqueles que se comprazem de tripudiar sobre os erros dos alunos.- Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala - ordena o professor a seu auxiliar.
- E para mim um cafezinho! Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala. Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
-O senhor me perguntou quantos rins "nós temos". "Nós" temos quatro: dois meus e dois seus. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.'
"A vida exige muito mais compreensão do que o próprio conhecimento..."

Conto de Escola (Machado de Assis)

Conto de Escola. (Machado de Assis )


A Escola era na Rua do Costa, um sobradinho de grade de pau. O ano era de 1840. Naquele dia - uma segunda-feira, do mês de maio - deixei-me estar alguns instantes na Rua da Princesa a ver onde iria brincar a manhã. Hesitava entre o morro de S. Diogo e o Campo de Sant'Ana, que não era então esse parque atual, construção de gentleman, mas um espaço rústico, mais ou menos infinito, alastrado de lavadeiras, capim e burros soltos. Morro ou campo? Tal era o problema. De repente disse comigo que o melhor era a escola. E guiei para a escola. Aqui vai a razão.

Na semana anterior tinha feito dois suetos, e, descoberto o caso, recebi o pagamento das mãos de meu pai, que me deu uma sova de vara de marmeleiro. As sovas de meu pai doíam por muito tempo. Era um velho empregado do Arsenal de Guerra, ríspido e intolerante. Sonhava para mim uma grande posição comercial, e tinha ânsia de me ver com os elementos mercantis, ler, escrever e contar, para me meter de caixeiro. Citava-me nomes de capitalistas que tinham começado ao balcão. Ora, foi a lembrança do último castigo que me levou naquela manhã para o colégio. Não era um menino de virtudes.

Subi a escada com cautela, para não ser ouvido do mestre, e cheguei a tempo; ele entrou na sala três ou quatro minutos depois. Entrou com o andar manso do costume, em chinelas de cordovão, com a jaqueta de brim lavada e desbotada, calça branca e tesa e grande colarinho caído. Chamava-se Policarpo e tinha perto de cinquenta anos ou mais. Uma vez sentado, extraiu da jaqueta a boceta de rapé e o lenço vermelho, pô-los na gaveta; depois relanceou os olhos pela sala. Os meninos, que se conservaram de pé durante a entrada dele, tornaram a sentar-se. Tudo estava em ordem; começaram os trabalhos.

- Seu Pilar, eu preciso falar com você, disse-me baixinho o filho do mestre.

Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, inteligência tarda.

Raimundo gastava duas horas em reter aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. Reunia a isso um grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do que conosco.

- O que é que você quer?

- Logo, respondeu ele com voz trêmula.

Começou a lição de escrita. Custa-me dizer que eu era dos mais adiantados da escola; mas era. Não digo também que era dos mais inteligentes, por um escrúpulo fácil de entender e de excelente efeito no estilo, mas não tenho outra convicção. Note-se que não era pálido nem mofino: tinha boas cores e músculos de ferro. Na lição de escrita, por exemplo, acabava sempre antes de todos, mas deixava-me estar a recortar narizes no papel ou na tábua, ocupação sem nobreza nem espiritualidade, mas em todo caso ingênua. Naquele dia foi a mesma coisa; tão depressa acabei, como entrei a reproduzir o nariz do mestre, dando-lhe cinco ou seis atitudes diferentes, das quais recordo a interrogativa, a admirativa, a dubitativa e a cogitativa. Não lhes punha esses nomes, pobre estudante de primeiras letras que era; mas, instintivamente, dava-lhes essas expressões. Os outros foram acabando; não tive remédio senão acabar também, entregar a escrita, e voltar para o meu lugar.

Com franqueza, estava arrependido de ter vindo. Agora que ficava preso, ardia por andar lá fora, e recapitulava o campo e o morro, pensava nos outros meninos vadios, o Chico Telha, o Américo, o Carlos das Escadinhas, a fina flor do bairro e do gênero humano. Para cúmulo de desespero, vi através das vidraças da escola, no claro azul do céu, por cima do morro do Livramento, um papagaio de papel, alto e largo, preso de uma corda imensa, que boiava no ar, uma cousa soberba. E eu na escola, sentado, pernas unidas, com o livro de leitura e a gramática nos joelhos.

- Fui um bobo em vir, disse eu ao Raimundo.

- Não diga isso, murmurou ele.

Olhei para ele; estava mais pálido. Então lembrou-me outra vez que queria pedir-me alguma cousa, e perguntei-lhe o que era. Raimundo estremeceu de novo, e, rápido, disse-me que esperasse um pouco; era uma coisa particular.

- Seu Pilar... Murmurou ele daí a alguns minutos.

- Que é?

- Você...

- Você quê?

Ele deitou os olhos ao pai, e depois a alguns outros meninos. Um destes, o Curvelo, olhava para ele, desconfiado, e o Raimundo, notando-me essa circunstância, pediu alguns minutos mais de espera. Confesso que começava a arder de curiosidade. Olhei para o Curvelo, e vi que parecia atento; podia ser uma simples curiosidade vaga, natural indiscrição; mas podia ser também alguma cousa entre eles. Esse Curvelo era um pouco levado do diabo. Tinha onze anos, era mais velho que nós.

Que me quereria o Raimundo? Continuei inquieto, remexendo-me muito, falando-lhe baixo, com instância, que me dissesse o que era, que ninguém cuidava dele nem de mim. Ou então, de tarde...

- De tarde, não, interrompeu-me ele; não pode ser de tarde.

- Então agora...

- Papai está olhando.

Na verdade, o mestre fitava-nos. Como era mais severo para o filho, buscava-o muitas vezes com os olhos, para trazê-lo mais aperreado. Mas nós também éramos finos; metemos o nariz no livro, e continuamos a ler. Afinal cansou e tomou as folhas do dia, três ou quatro, que ele lia devagar, mastigando as idéias e as paixões. Não esqueçam que estávamos então no fim da Regência, e que era grande a agitação pública. Policarpo tinha decerto algum partido, mas nunca pude averiguar esse ponto. O pior que ele podia ter, para nós, era a palmatória. E essa lá estava, pendurada do portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do diabo. Era só levantar a mão, dependurá-la e brandi-la, com a força do costume, que não era pouca. E daí, pode ser que alguma vez as paixões políticas dominassem nele a ponto de poupar-nos uma ou outra correção. Naquele dia, ao menos, pareceu-me que lia as folhas com muito interesse; levantava os olhos de quando em quando, ou tomava uma pitada, mas tornava logo aos jornais, e lia a valer.

No fim de algum tempo - dez ou doze minutos - Raimundo meteu a mão no bolso das calças e olhou para mim.

- Sabe o que tenho aqui?

- Não.

- Uma pratinha que mamãe me deu.

- Hoje?

- Não, no outro dia, quando fiz anos...

- Pratinha de verdade?

- De verdade.

Tirou-a vagarosamente, e mostrou-me de longe. Era uma moeda do tempo do rei, cuido que doze vinténs ou dois tostões, não me lembro; mas era uma moeda, e tal moeda que me fez pular o sangue no coração. Raimundo revolveu em mim o olhar pálido; depois perguntou-me se a queria para mim. Respondi-lhe que estava caçoando, mas ele jurou que não.

- Mas então você fica sem ela?

- Mamãe depois me arranja outra. Ela tem muitas que vovô lhe deixou, numa caixinha; algumas são de ouro. Você quer esta?

Minha resposta foi estender-lhe a mão disfarçadamente, depois de olhar para a mesa do mestre. Raimundo recuou a mão dele e deu à boca um gesto amarelo, que queria sorrir. Em seguida propôs-me um negócio, uma troca de serviços; ele me daria a moeda, eu lhe explicaria um ponto da lição de sintaxe. Não conseguira reter nada do livro, e estava com medo do pai. E concluía a proposta esfregando a pratinha nos joelhos...

Tive uma sensação esquisita. Não é que eu possuísse da virtude uma idéia antes própria de homem; não é também que não fosse fácil em empregar uma ou outra mentira de criança. Sabíamos ambos enganar ao mestre. A novidade estava nos termos da proposta, na troca de lição e dinheiro, compra franca, positiva, toma lá, dá cá; tal foi a causa da sensação. Fiquei a olhar para ele, à toa, sem poder dizer nada.

Compreende-se que o ponto da lição era difícil, e que o Raimundo, não o tendo aprendido, recorria a um meio que lhe pareceu útil para escapar ao castigo do pai. Se me tem pedido a coisa por favor, alcança-la-ia do mesmo modo, como de outras vezes, mas parece que era lembrança das outras vezes, o medo de achar a minha vontade frouxa ou cansada, e não aprender como queria, - e pode ser mesmo que em alguma ocasião lhe tivesse ensinado mal, - parece que tal foi a causa da proposta. O pobre-diabo contava com o favor, - mas queria assegurar-lhe a eficácia, e daí recorreu à moeda que a mãe lhe dera e que ele guardava como relíquia ou brinquedo; pegou dela e veio esfregá-la nos joelhos, à minha vista, como uma tentação... Realmente, era bonita, fina, branca, muito branca; e para mim, que só trazia cobre no bolso, quando trazia alguma cousa, um cobre feio, grosso, azinhavrado...

Não queria recebê-la, e custava-me recusá-la. Olhei para o mestre, que continuava a ler, com tal interesse, que lhe pingava o rapé do nariz. - Ande, tome, dizia-me baixinho o filho. E a pratinha fuzilava-lhe entre os dedos, como se fora diamante... Em verdade, se o mestre não visse nada, que mal havia? E ele não podia ver nada, estava agarrado aos jornais, lendo com fogo, com indignação...

- Tome, tome...

Relancei os olhos pela sala, e dei com os do Curvelo em nós; disse ao Raimundo que esperasse. Pareceu-me que o outro nos observava, então dissimulei; mas daí a pouco deitei-lhe outra vez o olho, e - tanto se ilude a vontade! - não lhe vi mais nada. Então cobrei ânimo.

- Dê cá...

Raimundo deu-me a pratinha, sorrateiramente; eu meti-a na algibeira das calças, com um alvoroço que não posso definir. Cá estava ela comigo, pegadinha à perna. Restava prestar o serviço, ensinar a lição e não me demorei em fazê-lo, nem o fiz mal, ao menos conscientemente; passava-lhe a explicação em um retalho de papel que ele recebeu com cautela e cheio de atenção. Sentia-se que despendia um esforço cinco ou seis vezes maior para aprender um nada; mas contanto que ele escapasse ao castigo, tudo iria bem.

De repente, olhei para o Curvelo e estremeci; tinha os olhos em nós, com um riso que me pareceu mau. Disfarcei; mas daí a pouco, voltando-me outra vez para ele, achei-o do mesmo modo, com o mesmo ar, acrescendo que entrava a remexer-se no banco, impaciente. Sorri para ele e ele não sorriu; ao contrário, franziu a testa, o que lhe deu um aspecto ameaçador. O coração bateu-me muito.

- Precisamos muito cuidado, disse eu ao Raimundo.

- Diga-me isto só, murmurou ele.

Fiz-lhe sinal que se calasse; mas ele instava, e a moeda, cá no bolso, lembrava-me o contrato feito. Ensinei-lhe o que era, disfarçando muito; depois, tornei a olhar para o Curvelo, que me pareceu ainda mais inquieto, e o riso, dantes mau, estava agora pior. Não é preciso dizer que também eu ficara em brasas, ansioso que a aula acabasse; mas nem o relógio andava como das outras vezes, nem o mestre fazia caso da escola; este lia os jornais, artigo por artigo, pontuando-os com exclamações, com gestos de ombros, com uma ou duas pancadinhas na mesa. E lá fora, no céu azul, por cima do morro, o mesmo eterno papagaio, guinando a um lado e outro, como se me chamasse a ir ter com ele. Imaginei-me ali, com os livros e a pedra embaixo da mangueira, e a pratinha no bolso das calças, que eu não daria a ninguém, nem que me serrassem; guarda-la-ia em casa, dizendo a mamãe que a tinha achado na rua. Para que me não fugisse, ia-a apalpando, roçando-lhe os dedos pelo cunho, quase lendo pelo tato a inscrição, com uma grande vontade de espiá-la.

- Oh! Seu Pilar! Bradou o mestre com voz de trovão.

Estremeci como se acordasse de um sonho, e levantei-me às pressas. Dei com o mestre, olhando para mim, cara fechada, jornais dispersos, e ao pé da mesa, em pé, o Curvelo. Pareceu-me adivinhar tudo.

- Venha cá! Bradou o mestre.

Fui e parei diante dele. Ele enterrou-me pela consciência dentro um par de olhos pontudos; depois chamou o filho. Toda a escola tinha parado; ninguém mais lia, ninguém fazia um só movimento. Eu, conquanto não tirasse os olhos do mestre, sentia no ar a curiosidade e o pavor de todos.

- Então o senhor recebe dinheiro para ensinar as lições aos outros? Disse-me o Policarpo.

- Eu...

- Dê cá a moeda que este seu colega lhe deu! Clamou.

Não obedeci logo, mas não pude negar nada. Continuei a tremer muito. Policarpo bradou de novo que lhe desse a moeda, e eu não resisti mais, meti a mão no bolso, vagarosamente, saquei-a e entreguei-lha. Ele examinou-a de um e outro lado, bufando de raiva; depois estendeu o braço e atirou-a à rua. E então disse-nos uma porção de cousas duras, que tanto o filho como eu acabávamos de praticar uma ação feia, indigna, baixa, uma vilania, e para emenda e exemplo íamos ser castigados.

Aqui pegou da palmatória.

- Perdão, seu mestre... Solucei eu.

- Não há perdão! Dê cá a mão! Dê cá! Vamos! Sem vergonha! Dê cá a mão!

- Mas, seu mestre...

- Olhe que é pior!

Estendi-lhe a mão direita, depois a esquerda, e fui recebendo os bolos uns por cima dos outros, até completar doze, que me deixaram as palmas vermelhas e inchadas. Chegou a vez do filho, e foi a mesma cousa; não lhe poupou nada, dois,quatro, oito, doze bolos. Acabou, pregou-nos outro sermão. Chamou-nos sem vergonhas, desaforados, e jurou que se repetíssemos o negócio apanharíamos tal castigo que nos havia de lembrar para todo o sempre. E exclamava:

- Porcalhões! Tratantes! Faltos de brio!

Eu, por mim, tinha a cara no chão. Não ousava fitar ninguém, sentia todos os olhos em nós. Recolhi-me ao banco, soluçando, fustigado pelos impropérios do mestre. Na sala arquejava o terror; posso dizer que naquele dia ninguém faria igual negócio. Creio que o próprio Curvelo enfiara de medo. Não olhei logo para ele, cá dentro de mim jurava quebrar-lhe a cara, na rua, logo que saíssemos, tão certo como três e dois serem cinco.

Daí a algum tempo olhei para ele; ele também olhava para mim, mas desviou a cara, e penso que empalideceu. Compôs-se e entrou a ler em voz alta; estava com medo. Começou a variar de atitude, agitando-se à toa, coçando os joelhos, o nariz. Pode ser até que se arrependesse de nos ter denunciado; e na verdade, por que denunciar-nos? Em que é que lhe tirávamos alguma coisa?

- "Tu me pagas! Tão duro como osso!" dizia eu comigo.

Veio a hora de sair, e saímos; ele foi adiante, apressado, e eu não queria brigar ali mesmo, na Rua do Costa, perto do colégio; havia de ser na Rua larga São Joaquim. Quando, porém, cheguei à esquina, já o não vi; provavelmente escondera-se em algum corredor ou loja; entrei numa botica, espiei em outras casas, perguntei por ele a algumas pessoas, ninguém me deu notícia. De tarde faltou à escola.

Em casa não contei nada, é claro; mas para explicar as mãos inchadas, menti a minha mãe, disse-lhe que não tinha sabido a lição. Dormi nessa noite, mandando ao diabo os dois meninos, tanto o da denúncia como o da moeda. E sonhei com a moeda; sonhei que, ao tornar à escola, no dia seguinte, dera com ela na rua, e a apanhara, sem medo nem escrúpulos...

De manhã, acordei cedo. A idéia de ir procurar a moeda fez-me vestir depressa. O dia estava esplêndido, um dia de maio, sol magnífico, ar brando, sem contar as calças novas que minha mãe me deu, por sinal que eram amarelas. Tudo isso, e a pratinha... Saí de casa, como se fosse trepar ao trono de Jerusalém. Piquei o passo para que ninguém chegasse antes de mim à escola; ainda assim não andei tão depressa que amarrotasse as calças. Não, que elas eram bonitas! Mirava-as, fugia aos encontros, ao lixo da rua...

Na rua encontrei uma companhia do batalhão de fuzileiros, tambor à frente, rufando. Não podia ouvir isto quieto. Os soldados vinham batendo o pé rápido, igual, direita, esquerda, ao som do rufo; vinham, passaram por mim, e foram andando. Eu senti uma comichão nos pés, e tive ímpeto de ir atrás deles. Já lhes disse: o dia estava lindo, e depois o tambor... Olhei para um e outro lado; afinal, não sei como foi, entrei a marchar também ao som do rufo, creio que cantarolando alguma coisa: Rato na casaca... Não fui à escola, acompanhei os fuzileiros, depois enfiei pela Saúde, e acabei a manhã na Praia da Gamboa. Voltei para casa com as calças enxovalhadas, sem pratinha no bolso nem ressentimento na alma. E, contudo, a pratinha era bonita e foram eles, Raimundo e Curvelo, que me deram o primeiro conhecimento, um da corrupção, outro da delação; mas o diabo do tambor...

Postado por Alba Livia.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Vamos assistir ao vídeo “Do sonho aos ares” (Santos Dumont)?

No vídeo, conta-se uma história que faz parte da evolução da tecnologia humana, a partir do esforço de Santos Dumont em construir um aparelho que permitisse ao homem voar, o que mudou a vida de todos nós.
Depois de assistir ao videoclipe de 3 minutos, que faz parte do acervo virtual do portal Domínio Público, procure relacionar os pontos mais importantes que surgiram, a partir das questões que se seguem:
Como a história abordada no vídeo pode relacionar-se com a evolução tecnológica em geral e com a informática em particular? Essa evolução afeta nossas vidas?
Como a informática pode modificar a sua vida profissional e pessoal?
Alguma vez você sentiu necessidade de acessar a Internet?
Para qual motivo?



ATIVIDADE DE ELABORAÇÃO 1
Você vai explorar e responder essas e outras perguntas escrevendo sobre você, sua vida e atividades que desenvolve, buscando resgatar seus momentos de relacionamento com algum tipo de tecnologia e com computadores.
Primeiro deixe suas idéias fluírem livremente, anotando-as e procurando organizálas. Em seguida planeje seu texto ou faça um roteiro. Escreva e revise suas idéias e o texto elaborado. Digite seu texto, mas sem formatação. Lembre-se de salvá-lo como "doc".

MANDAR POR E-MAIL PARA VOCÊ MESMO, PARA ACESSAR NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA E SALVAR NA SUA PASTA. O texto em questão é necessário para o 3º encontro, por isso, traga-o pronto.

Bom Trabalho!

Abraços

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O OLHAR DO EDUCADOR

Ontem, dia 06/10, em nosso primeiro encontro assistimos a esse vídeo bem interessante que nos leva a refletir sobre o posicionamento do professor diante da diversidade encontrada dentro das salas de aula.
Reflitam sobre o tema, comentem e bom vídeo para vocês!




Abraços. Marta

Mensagem de Boas Vindas!

Bem-vindo ao Curso “ Educação Digital". É com muita alegria e otimismo que lhe recebemos para compartilhar experiências, idéias, reflexões e informações sobre a utilização das novas tecnologias  em nossa prática pedagógica.
A chegada das novas tecnologias da vida moderna alcançou as escolas e professores, trazendo possibilidades, atributos e propostas de mudança. Mas, em geral, nossas escolas continuam fazendo o de sempre - o professor falando e o aluno ouvindo - com um "verniz" de modernidade, uma vez que as novas tecnologias são utilizadas mais para ilustrar o conteúdo a ser trabalhado pelo professor do que para criar desafios didáticos.

Assim, esperamos que esse curso possa contribuir para uma mudança significativa em direção a um futuro diferente.
Sucesso a todos!!!

Um Abraço,Marta

Receita de olhar
Nas primeiras horas da manhã,
desamarre o olhar.
Deixe que ele se derrame
sobre todas as coisas belas.
O mundo é sempre novo,
e a Terra dança e acorda
em acordes do sol.
Faça do seu olhar imensa caravela.

que se avista ao longe as belas imagens. E torne tudo a sua volta em útil e belo
lembre-se: As coisas da vida boas ou ruins dependendem da forma com que as olhamos!
Nosso Olhar será de mestre com certeza!
Ana Cristina